Cinema Contemporâneo: a dor da gente

Filhos da web 2.0, o movimento cyberpunk implantou a cultura DIY. De uns tempos pra cá, muita gente resolveu fazer as coisas por conta própria e, ao dominar essa cultura, ir nas plataformas de vídeo repassar o que sabe. A democratização da internet aumentou o som da nossa voz. Mesmo que muitos ainda se escondam por detrás do seu avatar, outros colocaram a cara pra bater. E ainda colocam. 

Derivado dessa cultura, faça você mesmo (DIY), o cinema contemporâneo ganhou mais admiradores e tecnologia para sua realização. A frase “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”, muitas vezes errônea, já que fazer um filme é algo que envolve várias pessoas e processos, se fez presente. No caldo, fervilham novas possibilidades misturadas à tecnologia. O cinema, a videoarte, o teatro, o documentário, todos eles fervem juntos gritando para além das possibilidades da denúncia e do desabafo. 

É assim que nasce Cinema Contemporâneo (2019), curta-metragem de Felipe André Silva, não à toa, assertivo no título. Ao longo do filme, o realizador parece que está nos contando um segredo. Algo duro e difícil de se ouvir, diferente da mera exibição..Afinal, as imagens podem ser simples mas o texto reverbera todo peso da dor. A força navega na simplicidade das imagens contrapondo o discurso que encoraja todos a falarem. É protesto. Denúncia. Não há tempo pra ficar calado. Felipe assumiu a linha de frente, desabafou e denunciou, fez para e por ele mesmo. No entanto, a gente sabe que essa voz precisa ser seguida. Mas, se o receio tomar conta e for difícil falar, faça um auto-retrato.

Curta visto no Festival Janela Internacional de cinema 2019. 

cacau

Ariana, formada em marketing e em cinema, é dona de vários apelidos, acredita que foi abençoada com um grande coração e em contrapartida um pavio bem curto. Sua melhor definição são os excessos.

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