Os dados comprovam, cerca de 75% da população do Nordeste do Brasil é negra. Desses 75%, 43,4% das pessoas estão em situação de pobreza, e 13% têm renda inferior a vinte reais por dia. No cenário atual, entender as desigualdades, local de fala e privilégios é primordial para deixar os dados mais igualitários. Afinal, o acesso a educação e as artes é um direito de todas e todos.

Não é novidade para ninguém a ausência de mulheres negras no cenário audiovisual brasileiro, principalmente nos cargos de direção de filmes, programas de TV ou protagonistas. Na grande maioria elas são representadas de uma maneira estereotipada e principalmente com um viés apelativo. Para entender e reconhecer essa “esteriotipazação” precisamos entender o que significa esse termo.
O que são esteriótipos?
Segundo o autor Stuart Hall, sobre “tipos” e “estereótipos”, de um lado os “tipos” são caraterizações que ajudam as pessoas a definirem crenças e significados ao mundo social, a partir de esquemas classificatórios gerais e não fixos. Os estereótipos funcionam por meio de simplificações exageradas (Stuart HALL, 1997, p.258). Ou seja, tentar traduzir um todo através de um viés reducionista é pouco inteligente (leia-se nada inteligente), ineficaz e preconceituoso. Então, resolvemos trazer esses dados ao conhecimento de vocês.
Voltando…
Em uma pesquisa realizada pela UFRJ, entre os anos de 2002 e 2012, as atrizes pretas e pardas representaram apenas 4,4% do elenco principal de filmes nacionais. Nesse período, mais de 215 filmes de maior bilheteria foram realizados. A lista vai além das telas também, já que nenhuma mulher negra dirigiu ou roteirizou algum desses filmes. A pesquisa A Cara do Cinema Nacional sugere que as produções cinematográficas não refletem a realidade do país, uma vez que 53% dos brasileiros se autodeclaram pretos ou pardos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prejuízo, na avaliação das autoras do estudo, Verônica Toste e Marcia Rangel Candido, é a influência de determinados valores sobre a audiência.
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As autoras relatam que “A baixa participação de mulheres negras e negros nas funções de atuação, direção e roteirização evidencia que o cinema brasileiro é dominado pelo gênero masculino de cor branca. Isso tem consequências importantes:
1 – Faz com que o cinema seja mais uma instância de difusão da visão de mundo desse grupo hegemônico, que estereotipa e representa os demais sob lentes negativas;
2 – Exclui as perspectivas e vivências alternativas das minorias;
3 – Promove a internalização de valores de um pequeno grupo dominante pela audiência;
4 – Impede que as minorias desenvolvam uma auto-imagem positiva a partir de exemplos”.
Veja o infográfico produzido pela pesquisa:

A Ancine, agencia reguladora do Cinema Nacional, é quem deveria revisar os dados e propor alternativas de espaço e local de voz para as mulheres negras, principalmente. Mas, de acordo com o site Agência Brasil EBC, agência pública de notícias, apesar de ter a função de fomentar e regular o setor, a Ancine informou que “não opina sobre conteúdo dos filmes, elenco ou qualquer coisa do tipo”.
FONTES: ALMAPRETA, VERBERENAS E PORTAL EPC
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