De Bazin para Truffaut: Carta de 1958 na redação da Cahiers du Cinéma

Se o papel do crítico de cinema é levar os holofotes para um determinado filme, incitar a autonomia do pensamento e inteligencia do espectador, é provável que o maior de todos tenha sido o francês André Bazin (1918-58), fundador da famosa Cahiers du Cinéma e considerado mentor da geração de críticos-cineastas da Nouvelle Vague. Abaixo, a carta de 1958, no alto da polêmica Kurosawa vs Mizoguchi na redação da Cahiers du Cinéma, pouco antes da morte de Bazin, em novembro do mesmo ano.

oharu
A Vida de Oharu (Mizoguchi, 1952)

“Lamento não ter podido rever com vocês, na Cinemateca, os filmes de Mizoguchi. Coloco-o tão alto quanto vocês e acho que o amo ainda mais amando também Kurosawa, que é a outra vertente da montanha: pode-se conhecer o dia sem a noite? Detestar Kurosawa para amar Mizoguchi não passa de um primeiro estágio de compreensão. Por certo, quem preferisse Kurosawa seria um cego irremediável, mas quem só ama Mizoguchi é um caolho. Há em toda a arte um veio contemplativo e um veio expressionista…”.

Está no prefácio do livro O Cinema da Crueldade.

cacau

Ariana, formada em marketing e em cinema, é dona de vários apelidos, acredita que foi abençoada com um grande coração e em contrapartida um pavio bem curto. Sua melhor definição são os excessos.

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